Mas agora ele só tem o dia 19 de abril
Na época da chegada dos europeus ao Brasil, a maior parte dos grupos indígenas que ocupava o litoral brasileiro fazia parte da grande família linguística Tupi-Guarani.
No atual estado do Rio de Janeiro, essa família localizava-se em uma longa faixa entre Cabo Frio e a Baía dos Reis, na Costa Verde, e estava representada principalmente, por dois grupos rivais: os Tupinambás, também conhecidos como Tamoios, e os Temiminós ou Maracajás. Outros grupos, vistos como inimigos e chamados genericamente de “tapuias” pelos tupis, por possuírem línguas e costumes diferentes dos seus, eram os Goitacases, localizados mais ao norte, na região de Campos, entre a Lagoa Feia e o Rio Itabapoana, e os Guaianás, mais ao sul , nas proximidades de Parati.
Os goitacases e os tupinambás, embora inimigos, foram os grupos que ofereceram maior resistência à colonização. Os tupinambás no século XVI chegaram a organizar a “Confederação do Tamoios” que se uniram aos franceses nas lutas travadas na Baía de Guanabara e em Cabo Frio.
Os portugueses só conseguiram a posse do litoral fluminense a partir do séc. XVII com o completo extermínio dos tupimambás e com uma intensa perseguição aos goitacases, cujos sobreviventes fugiram para o interior ou foram aldeados por missionários jesuítas, onde foram pacificados e cristianizados.
Aqui no estado do Rio de Janeiro restaram somente os sítios arqueológicos (os sambaquis que datam de 5.000 anos atrás), as palavras indígenas que foram incorporadas ao nosso idioma (carioca, capivara, mingau, guanabara, niteroy, etc.) e os alimentos que foram incorporados ao dia a dia, como a mandioca, farinha de mandioca, beiju, banana, milho, pipoca, moqueca de peixe, entre muitos outros.
Somente em 1943 foi instituído decreto-lei instituído pelo presidente Getúlio Vargas, que finalmente estabeleceu a data de 19 de abril como comemorativa. O responsável por convencê-lo foi o general Marechal Rondon – que tinha origem indígena por seus bisavós e chegou a criar em 1910, o Serviço de Proteção ao Índio – que depois viria a se tornar a atual Funai (Fundação Nacional do Índio). O propósito do dia do índio é preservar a memória e a reflexão crítica sobre o passado da relação de dominação e conquista das civilizações europeias no continente americano.
Antes da chegada dos portugueses em 1500, de acordo com alguns historiadores, o Brasil possuía entre 2 e 4 milhões de índios! Hoje o número é aproximadamente 900.000, isto representa 10% da população daquela época. Como os índios não possuíam escrita, muitos dos estudos sobre eles confia nas histórias dos colonialistas portugueses.
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